Estudo alerta para os riscos dos novos automóveis vendidos na Europa

Objetivos climáticos em causa e cidades mais perigosas. As características dos novos automóveis vendidos na Europa representam riscos, segundo a Federação Europeia de Transportes e Ambiente.

Trânsito automóvel em Portugal

© Getty Images

Lusa
12/06/2025 07:32 ‧ ontem por Lusa

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A Federação Europeia de Transportes e Ambiente (T&E) alerta para os riscos associados aos novos automóveis vendidos na Europa. Ao serem maiores e mais pesados, comprometem o cumprimento das metas climáticas para o setor dos transportes, para além de levarem a um aumento do perigo nas cidades.

 

O estudo foi divulgado hoje num comunicado da associação ambientalista portuguesa Zero, que faz parte da T&E. No documento diz-se que a altura do capô dos automóveis novos vendidos na Europa está a aumentar, em média, meio centímetro por ano, um crescimento associado ao aumento das vendas dos SUV (Sport Utility Vehicles), os veículos utilitários desportivos.

Tal, indicam os autores do documento, compromete a segurança rodoviária em ambiente urbano. Porque sendo maiores e mais pesados aumentam o risco de morte em caso de atropelamento, proporcionam menos visibilidade de peões e condutores, e promovem um falso sentimento de segurança dos condutores.

Numa colisão os SUV e as carrinhas "pick-up" tendem a atingir os peões adultos com gravidade na zona dos órgãos vitais mas os capôs baixos tendem a atingir os peões nas pernas.

No ano ado, indica a Zero no documento, os consumidores europeus compraram 6,92 milhões de SUV, atingindo uma quota de mercado recorde de 54%.

Os SUV que pelo tamanho e peso são veículos gastadores, têm sido o segmento de veículos mais vendidos na Europa e o que mais cresce (em 2010 representavam 12% do mercado), tanto que a emissões de dióxido de carbono dos novos automóveis aumentaram em 2024 face a 2023.

A Zero e outras associações ambientalistas europeias apelam à União Europeia e Reino Unido para que estabeleçam um limite máximo de 85 centímetros para a altura do capô nos novos automóveis após 2035.

E pedem que a Comissão Europeia apresente uma proposta legislativa até julho de 2027 que inclua medidas como o Documento Único Automóvel conter a altura do capô, ou que seja tido em conta a visibilidade ou não das crianças a partir dos novos carros.

Testes feitos com determinados SUV no âmbito do estudo revelam que os condutores dos modelos não conseguem ver uma criança de pé com menos de nove anos que esteja mesmo à frente do veículo.

Com base numa análise de 300.000 acidentes na Bélgica, sabe-se que o aumento de 10 centímetros na altura do capô (de 80 para 90 cm) representa um aumento de 27% no risco de morte para peões e ciclistas. E colisões de automóveis mais ligeiros com SUV de frente alta aumentam em 20 a 50% o risco de lesões graves nos condutores dos veículos de menores dimensões e peso.

No comunicado a Zero insta o governo e autoridades portuguesas, centrais e locais, a adaptar a fiscalidade e taxas de estacionamento de forma a desincentivar o uso destes veículos.

O aumento do número de SUV com frente alta representa uma ameaça crescente à segurança pública urbana e não tem qualquer benefício para a sociedade, enfatiza a Zero, segundo a qual "limitar a altura do capô é uma medida simples e eficaz para proteger todos os utilizadores da via pública e conter a disseminação de veículos de grandes proporções".

Leia Também: Números não mentem. SUV são "particularmente perigosos para crianças"

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