Compra do Novo Banco marca entrada do BPCE na banca de retalho cá

A compra do Novo Banco pelo BPCE marca a entrada do grupo francês na banca de retalho em Portugal, onde já atua no crédito ao consumo e banca de investimento através do Banco Primus, da Oney e da Natixis.

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Lusa
13/06/2025 15:43 ‧ ontem por Lusa

Economia

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Num comunicado divulgado hoje - em que anunciou ter acordado a compra dos 75% do Novo Banco detidos pela Lone Star Funds, por um montante equivalente a uma valorização de 6.400 milhões de euros para 100% do capital social do banco - o Banque Populaire Caisse d'Epargne (BPCE) apresenta-se como "um ator sólido em Portugal" e assume um "compromisso duradouro" com o país.

 

"O BPCE emprega atualmente mais de 3.000 pessoas em Portugal, um número que testemunha o seu compromisso permanente com o país. A abertura, desde 2017, de um centro de competências multiempresarial no Porto veio aprofundar os vínculos locais", sustenta.

Ao integrar o Novo Banco no grupo, e juntamente com as redes bancárias Banque Populaire e Caisse d'Epargne, que detém em França, o BPCE afirma que "reforçará ainda mais o seu papel de importante parceiro de desenvolvimento da economia portuguesa, reconhecida pelos seus sólidos fundamentos e resiliência".

"Através desta operação, o BPCE pretende promover o financiamento de projetos locais de empresas e particulares, alargando simultaneamente a gama de serviços oferecidos aos clientes portugueses".

Em Portugal, o grupo bancário francês detém já atualmente um centro de desenvolvimento da Natixis, estabelecido há oito anos no Porto e que, com um total de 2.500 funcionários, presta ao BPCE serviços na área da banca de investimento, gestão de ativos, risco, finanças e 'compliance'.

Opera ainda no país com o Banco Primus, detido a 100% pelo BPCE Financement. Com sede em Lisboa, 130 trabalhadores e especializado no crédito ao consumo, está sobretudo focado no financiamento de automóveis usados.

Segundo o BPCE, o Banco Primus detém uma quota de mercado de 4% em Portugal e concedeu mais de 90.000 empréstimos em 2023.

Também sediada em Lisboa está a Oney, uma subsidiária do Oney Bank, um banco 'online' europeu especializado em soluções de pagamento, crédito e seguros do qual o BPCE é o acionista maioritário.

Criada em 1994 (sob o nome Creditplus) e com 360 trabalhadores, a Oney opera no mercado português de crédito ao consumo, possuindo cerca de um milhão de clientes.

Globalmente, o Groupe BPCE está presente em mais de 50 países e possui 100.000 trabalhadores e 35 milhões de clientes.

Afirmando financiar 22% da economia sa, apresenta-se como "o segundo maior grupo bancário em França e o quarto maior da zona euro em termos de capital".

Em França, opera nos setores da banca de retalho e dos seguros através das suas duas grandes redes - Banque Populaire e Caisse d'Epargne - para além do Banque Palatine e da Oney.

Desenvolve ainda atividades em todo o mundo com os serviços de gestão de ativos e patrimónios prestados pela Natixis Investment Managers e de 'wholesale' da Natixis Corporate & Investment Banking.

Num comunicado divulgado hoje a propósito da operação de venda do Novo Banco, o Ministério das Finanças destaca o BPCE como "o segundo maior banco francês, um dos maiores bancos europeus e um banco de estrutura cooperativa", considerando que o negócio "permitirá a criação de valor e o apoio à economia nacional e às empresas portuguesas".

Para além dos 75% do capital do Novo Banco detidos pelo fundo norte-americano Lone Star, o BPCE vai comprar os restantes 25%, detidos pela Direção-Geral do Tesouro e Finanças (11,46%) e pelo Fundo de Resolução (13,54%).

O Novo Banco foi criado em 2014 para ficar com parte da atividade bancária do Banco Espírito Santo (BES), na resolução deste.

Desde 2017, quando o Novo Banco foi vendido à Lone Star, o Fundo de Resolução bancário injetou 3.405 milhões de euros no banco, provocando várias polémicas políticas e mediáticas. Com o fim antecipado deste mecanismo, em final de 2024, tornou-se possível a venda do Novo Banco e que este pagasse já dividendos.

Leia Também: Fundo de Resolução encaixa 866 milhões brutos com venda do Novo Banco

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