"Temos de acabar com esta guerra, estamos preparados e queremos pôr-lhe fim este ano", afirmou Andriï Sybiga numa reunião de parceiros da Ucrânia em Roma, acrescentando que "é muito importante manter a pressão sobre o agressor para alcançar a paz e iniciar uma negociação".
"Chegou a hora de recorrer à diplomacia da pressão", sustentou, afiançando que "só a pressão pode obrigar a Rússia a procurar a paz: pressão económica, militar e política".
Sybiga participou em Roma no Fórum Ministerial 'Weimar', que contou com a presença do secretário-geral da NATO, Mark Rutte, da Alta-Representante da UE para a Política Externa e de Segurança, Kaja Kallas, e de representantes de Espanha, Alemanha, Polónia, França e Reino Unido.
O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano defendeu que "a pressão económica" contra Moscovo deve incluir sanções aos bancos e ao setor económico, bem como o uso dos bens congelados russos, tal como se acordou na cimeira do G7 do ano ado.
Mas considerou que terá de haver igualmente "pressão militar, o aumento da indústria defensiva ucraniana" e "novos pacotes militares".
Por sua vez, Mark Rutte apelou para a manutenção do apoio à Ucrânia para que esta "esteja na melhor posição" possível para negociar um cessar-fogo e um eventual acordo de paz posterior.
E o anfitrião, o ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Antonio Tajani, expressou "o apoio incondicional" da NATO a Kiev e apelou ao bloco euro-atlântico para "se manter unido", para garantir a segurança e a defesa europeias "da Ucrânia a Portugal".
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após o desmoronamento da União Soviética - e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao o que as forças de Kiev têm visado, em ofensivas com drones, alvos militares em território russo e na península da Crimeia, ilegalmente anexada por Moscovo em 2014.
As tropas russas, mais numerosas e mais bem equipadas, prosseguem o avanço na frente oriental, apesar da ofensiva ucraniana na Rússia, na região de Kursk, e da autorização dada à Ucrânia pelo ex-presidente norte-americano Joe Biden para utilizar mísseis de longo alcance fornecidos pelos Estados Unidos para atacar a Rússia.
As negociações entre as duas partes estavam completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do território, até este ano se realizarem duas rondas negociais sem grandes avanços, em Istambul, na Turquia.
Antes de regressar à Casa Branca para um segundo mandato presidencial, Trump defendeu o fim imediato da guerra na Ucrânia, garantindo que o conseguiria em 24 horas, mas não foi bem-sucedido até à data.
No início de junho, afirmou que talvez seja melhor deixar a Ucrânia e a Rússia "lutar durante algum tempo" antes de as separar e procurar alcançar a paz, comparando a guerra entre os dois países a "uma luta entre duas crianças pequenas que se odeiam".
A Ucrânia pede garantias sólidas de segurança aos aliados, para evitar que Moscovo volte a atacar, ao o que a Rússia quer uma Ucrânia "desmilitarizada" e que entregue os territórios que a Rússia afirma ter anexado, o que Kiev considera inaceitável.
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