Num comunicado, Farhan Haq, porta-voz do líder da ONU, condenou, de um modo geral, "qualquer escalada militar no Médio Oriente".
O documento indicou que Guterres estava "particularmente preocupado" com os ataques israelitas às instalações nucleares iranianas, numa altura em que estavam marcadas negociações entre os Estados Unidos e o Irão.
A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) confirmou hoje que a central nuclear iraniana de Natanz foi atingida por bombardeamentos israelitas contra alvos militares e nucleares no Irão.
A AIEA afirmou ainda que está "em o com as autoridades iranianas", para vigiar "os níveis de radiação", e com os inspetores da agência no país.
Guterres recordou que os Estados-membros da ONU têm "a obrigação de agir em conformidade com a Carta da ONU e o direito internacional".
Isto depois do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano ter dito, minutos antes, que o ataque israelita constituía uma violação do artigo 4.º da Carta da ONU.
Guterres apelou a Irão e Israel para que "evitem a todo o custo mergulhar num conflito mais profundo, uma situação que a região mal pode ar".
O Exército israelita confirmou que bombardeou, de acordo com as diretivas do Governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, "dezenas de alvos" relacionados com o programa nuclear iraniano e outras instalações militares, disse um alto responsável militar à imprensa, numa videoconferência.
"Dezenas de aeronaves do Exército concluíram a primeira fase, que incluiu ataques contra dezenas de alvos militares, incluindo alvos nucleares em diferentes áreas do Irão", acrescentou.
O chefe do Estado-Maior do Exército de Israel disse hoje que o país está a meio de "uma campanha histórica sem precedentes" contra o Irão.
"Esta é uma operação crucial para evitar uma ameaça existencial de um inimigo que procura destruir-nos", disse Eyal Zamir, numa declaração em vídeo.
Além de alegados alvos e instalações militares, Israel também tem como alvo cientistas nucleares iranianos e altos funcionários iranianos.
A morte do comandante-chefe da Guarda Revolucionária do Irão, o general Hosein Salami, foi confirmada, de acordo com a agência de notícias estatal iraniana IRNA.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou que a operação aérea "vai continuar durante os dias que forem necessários", com o objetivo de interromper o programa de enriquecimento nuclear do Irão.
"Atingimos o núcleo do programa de armamento nuclear do Irão. Atacámos a principal instalação de enriquecimento de urânio do Irão, em Natanz. Atacámos os principais cientistas nucleares do Irão que trabalham na bomba iraniana", revelou Netanyahu num vídeo.
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